segunda-feira, 13 de setembro de 2010

28.


Quando choro, choro baixinho. Género: pedaços de papel humedecidos. Desfeitos por dentro, com cura possível à vista - raios solares. É o que me falta a mim. A mim faltam-me essas tais fugas luminosas. Faltam-me bastantes vezes. Por isso quando choro, choro baixinho. Deixo o que é de mim só para mim. Mais ninguém precisa de tomar conhecimento sobre os meus recantos doridos. Não só não precisam como não devem, sublinho. O facto de alguém me poder conhecer melhor do que eu não me agrada. Não, de todo. Sei-me demasiado bem para doar esse lugar restrito a alguém. E isso assusta-me. Mais, aterroriza-me. De qualquer das formas quando choro, choro baixinho. Não sou dada a histerismos, nunca o fui.

4 comentários:

Anónimo disse...

ai não. está fantástico Maria!

Anónimo disse...

sinceramente não acho que seja o meu melhor diálogo. mas muito obrigada (:

Tiago disse...

eu acho que tens medo que os outros te conheçam melhor do que tu pq achas que nao te conheces que chegue
excelente texto

Maria disse...

Não isso é que não. Sei-me lindamente. Sei-me ao pormenor e isso nada nem ninguém pode pôr em causa.