quinta-feira, 25 de outubro de 2012

195.


Sei que os fragmentos do teu amor ainda me cortam quando me olho no espelho e nada vejo senão velhas cicatrizes cheias de feridas, balas e desmoronamento. Não mais olhos terei nem braços nem bolsos para guardar o lugar onde hoje conservo teu nome e te encontro e tu
Partirás. 
Hei-de esperar-te na solidão do escuro e não mais sentir medo, nem terror de adormecer com abismos dentro das veias, se tão negra é a madrugada que trago no peito. 

                                                                                                                    Margaret, 7 de Fevereiro 1984

3 comentários:

Anónimo disse...

Ficas contente se eu te responder com um "não sei"?

Batata disse...

queria abraçar-te agora, que linda és, amo-te.

Anónimo disse...

Sinto que passaste o tempo a representar; a representar para mim, e para ti própria, um papel que não é o teu. Mentes, dissimulas, confundes. És tanto animal enjaulado como és almofada já sem forma. O esforço - inútil - que despendes nessa tarefa, de representação forçada, chega para te tornar adorável; cheia de verdadeiros laivos de ternura que desarmam, mas que deixam um travo amargo, falso, despropositado. Usas de tuas qualidade sem saber para o quê nem porquê; questionas o mundo e secretamente preferes que ele não te dê respostas; e o mesmo fazes com as pessoas que te rodeiam, que amas, que usas para aplacar a fome em nome de um deus com o teu nome. A hipérbole da tua personalidade cansa, asfixia e destrói. Estou farto e aborrecido. Adeus.