sexta-feira, 18 de abril de 2014

232.


O coração crepuscular do outono invade o que
sobeja da enorme era da habitação.
As mulheres das ruas carregam no ventre filhos,
madrugadas, bisontes, restos de juventude inacabada.
Algumas palavras lembram-me as mulheres das ruas.
Dizer algumas palavras é dizer as mulheres das ruas.
As árvores que se despem assistem a tudo isto
sempre acompanhadas do seu silêncio vegetal,
inabitável,
gerador das mais variadas sonoridades.
A infertilidade do outono é também a infertilidade das mulheres das ruas:
Enormes caminhos feridos de mágoa
a apontar que tudo o que procria
   nem sempre quer dizer vida.

6 comentários:

Unknown disse...

Um poema muito profundo.
Precisei de o reler para que o sabor me invadisse a alma de poesia.

Anónimo disse...

sempre puseste. que nunca te faltem as palavras. <3

Anónimo disse...

tim tim tim tim, tim tim tim tim, tim tim tim tim, tim tim tim, tim tim tim tim, tim tim tim tim...

Realmente não tenho mesmo mais nada que fazer do que vir para aqui imitar uma campainha

tim tim tim tim, tim tim tim tim, tim tim tim tim, tim tim tim tim, tim tim tim tim, tim tim tim tim

Anónimo disse...

tim tim tim tim, tim tim tim tim, tim tim tim tim, tim tim tim tim,
tim tim tim tim, tim tim tim tim,

Realmente não tenho mais nada para fazer do que vir para aqui fingir que sou uma campainha.

tim tim tim tim, tim tim tim tim,
tim tim tim tim, tim tim tim tim,
tim tim tim tim, tim tim tim tim,

Anónimo disse...

Olá, gostava de te dar a conhecer está bela música assim como a sua letra: https://www.youtube.com/watch?v=hXe1jpHPnUs

Anónimo disse...

Aqui D'El Rei! Se tu soubesses como és bonita.