Tudo começa com uma impressão de Agosto;
depois vêm umas mãos
prontas e precisas
[claro
que mais demoradamente
se passam pelas costas
Mais do que essa candura
talvez a promessa há muito
latindo
ainda que tíbia
Depois julgamos que o amor é e não é
um enredo um tanto tolo
um tanto macerado
E ainda assim prosseguimos
cientes do que nos apouca
do que nos domestica
E ainda assim
Há sempre a impressão dessas mãos
essa promessa alhures
um relicário no meio da floresta
o sexo reinventado
saciado talvez sempre fremente e efémero
E ainda assim
O amor, pois, partido em vários bocados
as mesmas narrativas a sua insistência no fio
cansado e triste da memória
nessa paisagem matutada e maturada
As mãos e as costas
uma labuta eterna a nossa fraqueza
depois de Agosto
em não sabermos estar sós
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