domingo, 12 de setembro de 2010

26.


- Definitivamente és óptimo. És óptimo a perceber o óbvio.
- É o que há. Não há outra coisa.
- Mas estava tudo ali. Tudo escarranchado na minha testa, um longo relato de desejo inscrito no espaço compreendido entre os olhos e o cabelo. Naquele fragmento de pele que reveste o crânio, sabes? Tu é que não me sabes ler. Um lapso tomou conta do pouco que se encontra dentro de ti.
- Nunca fui bom em psicanálise. Até te digo mais, nunca suportei psicanalistas. Se algum se atravessa no meu caminho e me fala de um lapso ou de um esquecimento sustentado pelo inconsciente, dou-lhe um sopapo. Uma bofetada no rosto. Por isso, cuidado com as palavras. Muito cuidado, sublinho.

3 comentários:

Lucia disse...

adoro os teus dialogos :D

Anónimo disse...

amei a montagem e o diálogo. parabéns!

Tiago disse...

respeitinho pelos psicanalistas e psicologos. xD
ando com tendencias pra essa area