domingo, 3 de outubro de 2010

70.


- Gostava de me entregar menos às coisas. A sério que gostava. Acabo sempre desfeita em mil cacos.
- Hoje deste-te por completa aos exageros. Nem parece teu. Não parece mesmo.
- Renovo-me todas as manhãs. E nesta aprendi a resguardar-me. A guardar-me um pouco mais.
- Entregas-te , várias vezes, em quantidades previamente pensadas. Não és de baixar a guarda assim. De uma forma fácil. Por isso não entendo. Não entendo toda essa inquietação. De ti já cuidas tu à muito tempo. E de ti já cuidas tu muito bem.
- Tenho pontos a necessitar de afinação, sabes? E são nesses débeis pontos que se insere a margem de vacilação. Isso mesmo. Ás vezes, mesmo que poucas, vacilo. Dou-me em doses extravagantes. E por isso vou-me resguardar, ainda mais, é certo. E resguardo-me com um único propósito. Resguardo-me para que os efeitos secundários de algumas acções sejam mais ténues.
- E então em que parte fico eu? Vou continuar a ter-te em doses extravagantes?
- "Ter-te" é muito forte. Ninguém é de ninguém. Mesmo quando somos pulverizados de sentimentos mútuos. Por isso não te sei responder. Não sei mesmo.

4 comentários:

Anónimo disse...

Amo amo amooo!

Anónimo disse...

Também gostava de me entregar menos ás coisas. Gostei imenso *

Anónimo disse...

ainda bem que gostas :)

Nádia disse...

LINDO!!!

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