segunda-feira, 11 de outubro de 2010

75.



O
que espero de alguém é exactamente aquilo que este não deve fazer. Isso mesmo. Nunca gostei de pessoas previsíveis. Não. Essas a mim matam-me de tédio. São tão rectas. Tão polidas. São demasiado sólidas para que eu lhes apanhe o gosto. Não lhes consta nenhuma ponta solta. E eu adoro pontas soltas, sabes? Adoro porque lhes consigo retalhar os tecidos. Consigo-lhes sempre dar a volta. E aborrece-me gente que não as tem. Aborrece-me imenso. Por isso nunca faças o que eu espero de ti. Não. Não caias nesse erro. Dá-me sempre mais. Muito, muito mais. Não gosto que pisem os passos previamente delineados por mim. Não porque dessa forma não me dá gosto nenhum saber alguém. Desfaço-me em desinteresses mesmo antes de o caminho ter terminado. Fecho o coração e impeço passagem. Sou assim. De ideias fixas. Incrivelmente fixas. E espinhosas. Por vezes, demasiado espinhosas para que alguém previsível lhes aguente os espinhos, sabes? E confesso-te, nada me dá mais prazer que sentir o terreno remexer-se debaixo dos meus pés. Por isso é que não gosto de pessoas previsíveis. Não porque essas jamais me conseguiriam trocar as voltas. A sério que não. Nem por meios!

1 comentário:

Anónimo disse...

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