quarta-feira, 13 de outubro de 2010

76.


Não gosto de raparigas ranhosas. Género cacos de vidro. Exacto. Daquelas que são desfeitas por natureza. Daquelas concebidas à base de fragmentos desconectados. Isso mesmo. Daquelas que mesmo tendo a alma despedaçada por todos os lados teimam em esconder-se por detrás de uma máscara concisa e segura de si. Escondem-se num eu poderoso e brilhante. Mas no fundo não passam de um eu estilhaçado em mil pedacinhos. Pedacinhos débeis. Pedacinhos frágeis. De facto, não posso com esse calibre de meninas. Não porque não gosto de pessoas que aparentam o que não são. Não gosto de cinismos à minha volta. E estou no meu direito, não estou?