terça-feira, 9 de novembro de 2010

83.



Gosto de dar que pensar. Gosto mesmo. Gosto de criar nós cerebrais nos outros. De lhes trocar as voltas por completo. Estilhaçar-lhes a alma e vê-la virar cacos. E gosto porque sou mesmo assim. Feita para agitar corações.  Para ferir susceptibilidades. Por isso gosto de dar que pensar. De facto, adoro.  E gosto que saibam que comigo correm sempre esse risco. Correm o risco de ao ler-me ou ouvir o que penso arranjarem um conflito interior. Comigo é mesmo assim. Comigo nunca ninguém pode denominar-se dono da razão. Não, não pode. E digo mais, assim que menos esperam, atiro as gentes à fera que é a consciencia e deixo-as lá. Deixo-as a enfrenta-la e doma-la. Deixo-as a conhecerem-se e tomarem posse dos seus limites. E no fim... No fim ou saem imbatíveis ou desfeitos. Desfeitos em mil pedacinhos desconectados. Falo de coração cheio. Não digam que não avisei.