quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

168.


Os dias começaram a esmorecer. Fiquei com sono das coisas que me eram casa e que agora me não afagavam os cabelos mas, ao invés, me desvaneciam os contornos. Oh, a eterna batalha entre o que somos e o que temos e o que achamos ser memória e não passa de esperança. Emaranham-se todos os livros que nos lembram fins de tarde de verão, emaranham-se todas as cartas e todos os papeis desgastados que nos lembram pessoas e singularidades meio perdidas meio achadas e... emaranhamo-nos nós com todos eles, com todos esses objectos que cheiram e sabem a passado e nos limitam as travessias. Oh, que enorme é esse abismo entre nós e entre aquilo com que nos fomos construindo. 

6 comentários:

Rita Q. disse...

dizes tudo - "Oh, que enorme é esse abismo entre nós e entre aquilo com que nos fomos construindo."

maria joão moreira disse...

acho que vou passar muito tempo por aqui... este blog agrada-me! ainda bem que te descobri!

Lipincot Surley disse...

acho que o final do verão é culpado de muita coisa. o raio do ar dourado e a brisa que não traz frio são do "pior" a juntar aos livros, papéis e cartas...

Não imaginas o bem que sabe, acabar de publicar e vir procurar textos teus :)

Emmeline disse...

Vive, ele vive pra nós meu amor. Às vezes deixa-nos a sofrer, só para nos ver crescer. Mas eu acredito que ele cuide de princesas, em dias nuvens-cor-de-rosa. E tu és princesa, e as terças-feiras são dias nuvens-cor-de-rosa. Serão sempre.

Emmeline disse...

E olha,guerreira do arco-íris (ouvi dizer) tu não podes estar triste. Eu proíbo-te. :)

ines disse...

Maria... Maria das maravilhas