domingo, 2 de setembro de 2012

191.


Na tua boca mora um rio
e nesse rio mora a exaustão do amor.

9 comentários:

inês disse...

sempre tão profunda

efeito placebo disse...

Que seja essa exaustão do amor que te traga sempre cá, e me faça sentir cheio, de ti.

inês disse...

oh maria... vou tentar.

Anónimo disse...

Apenas se prometeres levar-me contigo por esse caminho da alma e me saciares a fome com essas palavras, e de seguida me guardares por lá. O silêncio dos sorrisos não é motivo para zangas; quando ele cai como uma pedra no lago da solidão, levantando pequenos nadas que nos ligam em círculos pararelos à razão. Há subterrâneos que nos chamam docemente que só se alcançam se alguém nos der a mão; porque o medo não é egoísmo mas um abismo muito fundo. Um dia irás dizer-me tudo o que temes dizer, não é? Sem o receio de trair a melancólica sensatez dos teus sentimentos meticulosamente arrumados em mil e uma gavetinhas. Nesse dia terás coragem de trocar o norte à bussola que te leva para longe?

mary disse...

maria maria, que bom é ler-te

mary disse...

e tu...igualmente linda querida maria

han disse...

curto e, ainda assim, gigante.

Anónimo disse...

Obrigado por me acolheres no teu coração. Vou forçar mais um bocadinho, que custa sempre romper a fina barreira de pele; para que numa picada nos tornemos imunes ao que nos é estranho, como se fosse uma vacina de ternura. E não é bom saber que as arestas afiadas do mundo não passam de estórias de terror, que desaparecem ao darmos as mãos? “Quando eu te chamar.” Tão de perto que sinto o hesitar da respiração no meu peito, entrecortando todos os vazios da emoção que não conhece a inocência. Esta noite partiu um comboio do meu olhar, para onde ele vai ninguém sabe; mas pressinto em segredo o seu destino. Mando-te um telegrama com as palavras em código que na chegada baterá levemente à tua janela, como uma mariposa à procura de luz, e um pouco tonta e feia entrará no teu quarto embatendo ruidosamente em todas as paredes para por fim, já cansada, dizer-te com simplicidade “Encontrei-te”. Esta valsa dos desencontrados em breve terminará. Aperto, com força, o teu corpo contra o meu; não porque temo que fujas mas para que o calor não esfrie com as pequenas separações; provocadas não pelo bater das doze badaladas mas pelo bater contínuo dos corações sofregos de vida. E nesses momentos, tal como neste, eu perguntarei com um nervosismo mal contido: “Maria, és tão minha como eu sou teu?” Mas não haverá perigo do feitiço se desfazer porque ele é como “esta” palavra que nos une, e nos comforta nos momentos de dúvida; e que, em segredo, mantemos em suspenso com um ponto de interrogação – que se desvanece cheio de amor nascente. Suspeito que dir-te-ei sempre um bocadinho mais do que suficiente, mas apenas para que o brilhozinho nos olhos não esmoreça.

Lipincot Surley disse...

Regressei hoje e nem sei se pelos melhores motivos. Há quem se consiga exaurir em rios e há quem se afogue em palavras. Não te sei dizer qual prefiro. Só sei que é bom saber que há quem escreva com o coração e que transmita tudo isso.
Já sabes, sempre o 1º sítio a ler quando regresso.