Lá longe moram esses tempos
em que os arranhões pernoitavam em mim
e assim me sempre habitaram,
adormecidos,
sem não mais partirem.
Também tu te foste embora,
sem partir.
Aqui dentro ficou a distância
da tua voz,
a distância que sempre morava
na tua voz.
Lá fora apenas o barco
que passou em teu naufrágio
me levando.
Lá fora apenas o barco
que passou em teu naufrágio
me levando.
15 comentários:
Aqueces-me tanto, desvias tantas gripes e mal-estares, o tanto que te estimo, o inteligente que mostras, o linda que nunca desminto, o travo a relíquia que sempre foste, o tento doce que jamais esqueço.
Deixa-me responder-te na mesma moeda.
“Caminhou para o interior pelos caminhos dos prados através da solidão e em breve o bosque de faias o acolheu, estendendo-se ondulante até ao longe. Sentava-se no musgo, encostado a uma árvore, de maneira a poder avistar, por entre os ramos, um farrapo de mar. Às vezes o vento trazia até ele o barulho da ressaca, que soava como se, ao longe, tábuas caíssem umas sobre outras. Gritos de gralhas sobre os cumes das árvores, roucos, solitários, perdidos... Tinha um livro sobre os joelhos, mas não lia uma única linha. Saboreava um profundo esquecimento, uma suspensão redentora sobre espaço e tempo e só por vezes se sentia como se o seu coração fosse atravessado por uma dor, um curto e agudo sentimento de saudade ou arrependimento; mas estava demasiado indolente e ensismado para se interrogar sobre o nome ou origem de tal sensação.”
Maria, posso fazer alguma coisa para te ajudar?
A mulher que escreve com o teu nome.
o que andas a ler agora?
"Porque tremem as luzes?"
És de que signo?
Matarias por amor?
Por amor... matarei o amor próprio.
Da maneira que o tratamos hoje em dia, não acredito que o amor tenha muito sangue para derramar. A história da humanidade é uma sangria do amor.
Não confundas sangue com água tingida de vermelho. Sabes, perguntas dessas ferem o interior... mas segredado só entre nós: sangro por falta de poesia, daquela que não se escreve.
Será mesmo essa poesia dos lugares comuns que desejamos? Ou será que o fervor poético que depositamos no mundo é apenas uma tentativa desesperada de fugir do que nos imobiliza? Da beleza que hipnotiza e do amor amedontra...
Alguma vez a tua admirável sabedoria te falhou? Se sim, admites que te deu prazer descobrir que estavas errada?
muito perto ou muito longe nunca é demais?
O espelho é um amigo ou um inimigo?
A este alguém diria: Fui um palerma, não fui? Mas tu não fizeste melhor figura.
Enviar um comentário