Ai, quando o bom-senso se confunde com o medo. A coragem que não passa de obstinada indiferença; mas eu espero, eu espero pelo sopro que te trará a mim; eu espero, eu espero por ti como pela primavera, melancólico e cheio de esperança; eu espero, eu espero uma andorinha que me riscará o céu de preto; eu espero, eu espero que o que penso esteja errado, simplesmente ressentido, talvez um pouco cansado.
Isso é tão contraditório como a ideia da terra ser o centro do universo; e suspeito que o teu namoro com a lua seja a causa principal desse "engano". Mas que outra face te pode dar o amor quando te manténs teimosamente no centro de tudo, hipnotizada pelo reflexo branco deste "lado do espelho"? Ó Terra, verde Terra. Pões-me tonto.
Enfrentarei a ironia até à loucura, sempre que a sensatez me fale em resignação. Não tenho asas, e só descansarei quando o mundo descobrir que tem pernas para correr, saltar e fugir. Mergulharei sempre no interior do que me rodeia; nos interiores luminosos, e nos escuros para lhes dar luz. Se tudo correr mal... espero que alguém com outros olhos me diga: tudo correu bem. A Terra não sabe que é bela; é isso que a faz admiravelmente bela! Por isso ela chora; chora de prazer ao ser violentada, por achar que só merece a maldade do homem – a generosa maldade do homem. Sobre as faces vermelhas do esforço, correm pequenas lágrimas; e é esse o sabor da tontura: a pele salgada das lágrimas. Quão bela és tu?
11 comentários:
dizia-te tantas coisas, enfim... obrigado.
Comunhão, Maria. Estremeço com a possibilidade de a alcançar e dói-me quando esbarro com a sua impossibilidade.
Nunca chores por tristeza, és linda, e isto está bonito.
A tua escrita é impressionante. Mereces todas as visitas, comentários, admirações que já tenhas e que possas vir a ter aqui ou em pessoa.
bonito, muito, muito.
Acho que é tempo de nos conhecermos.
Ai, quando o bom-senso se confunde com o medo. A coragem que não passa de obstinada indiferença; mas eu espero, eu espero pelo sopro que te trará a mim; eu espero, eu espero por ti como pela primavera, melancólico e cheio de esperança; eu espero, eu espero uma andorinha que me riscará o céu de preto; eu espero, eu espero que o que penso esteja errado, simplesmente ressentido, talvez um pouco cansado.
Diz-me, o que te prende?
diz-me que te faço falta.
Isso é tão contraditório como a ideia da terra ser o centro do universo; e suspeito que o teu namoro com a lua seja a causa principal desse "engano". Mas que outra face te pode dar o amor quando te manténs teimosamente no centro de tudo, hipnotizada pelo reflexo branco deste "lado do espelho"? Ó Terra, verde Terra. Pões-me tonto.
Enfrentarei a ironia até à loucura, sempre que a sensatez me fale em resignação. Não tenho asas, e só descansarei quando o mundo descobrir que tem pernas para correr, saltar e fugir. Mergulharei sempre no interior do que me rodeia; nos interiores luminosos, e nos escuros para lhes dar luz. Se tudo correr mal... espero que alguém com outros olhos me diga: tudo correu bem. A Terra não sabe que é bela; é isso que a faz admiravelmente bela! Por isso ela chora; chora de prazer ao ser violentada, por achar que só merece a maldade do homem – a generosa maldade do homem. Sobre as faces vermelhas do esforço, correm pequenas lágrimas; e é esse o sabor da tontura: a pele salgada das lágrimas. Quão bela és tu?
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