quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

208.


Alertamos a urgência a todos esses vultos que, vagarosamente, se passeiam pelo esquecimento. Contamos-lhes como são as montanhas no Inverno e a que cheira o café dentro da sonolência do amor. Ninguém se move, ninguém escuta. Pontapeando descrições com sabor a ácido sulfúrico falamos-lhes de tempestades, sismos e chuvas convulsas que certo dia assistimos na televisão, na rádio ou dentro de um abraço em carne viva. Ainda o burburinho da desatenção, a inércia dos corpos quando habitam longe da sua existência. Tiros. Não há quem oiça porque ninguém conhece a atrocidade dos astros quando na madrugada aparecem cheios de ferrugem. Não nos importamos, porém. Cada um sabe do bolso onde esconde a solidão e comodamente coloca as mãos a aquecer.

1 comentário:

Lipincot Surley disse...

Quem está a ser alertado?