sexta-feira, 22 de agosto de 2014

238.





Perco o jeito com as palavras muito lentamente como um sentido que se apague. Tenho medo
e por isso me contorciono. A vida há-de trazer ao corpo
o exacto peso do abandono, dirás. E que culpa têm as minhas mãos de chorar.
Alguém entretanto se senta à minha frente, no escuro. Tenta assustar-me
revolver-me o interior como a um campo de milho
                                                                                  já sem milho nem agosto.
Nada lhe digo para não sujar o silêncio

O que terá afinal o passado a dizer sobre o que nos tornou?

3 comentários:

Unknown disse...

Gostei de passar aqui nesta manhã.
Também gostaria de ter respostas para tudo o que o tempo nos fez.
As mãos choram nos silêncios que nos rasgam em partes de um presente dividido em passos e pensamentos.

Francisco Campos Lima disse...

eu amo-te tanto a ti como aquilo que te sai pelos dedos morenos

Anónimo disse...

és a maior linda, nunca pares.