domingo, 26 de julho de 2015

244.




A boca intrometendo-se noutra boca, esta não será por certo uma nova história.
A linha da intimidade francamente rompida e a sujidade entornando-se na pele que
fica depois do desejo e da fome e da mísera vontade de afago.

Eis o tempo em que vivemos na incompletude do corpo, como se
tudo fosse um pouco como uma palavra a menos, palavra esquecida,
palavra rasgada tanto por medo quanto por misericórdia.

Que estranhos sentimentos somos nós capazes de sentir
quando certo dia ao acordar no exacto lugar da insensata cascavel
pouco ou nada de bom nos resta para recordar.

Sem comentários: