quarta-feira, 29 de setembro de 2010

LETTER TO A STRANGER


Sempre adorei o desconhecido, sabes? E essa é uma das razões pelas quais eu te adoro.
Já cruzamos olhares. Já estilhaçamos as almas em míseros segundos. Mas de ti nada sei. De ti nunca mais nada soube. E isso inquieta-me. Inquieta-me sempre que revejo esses teus olhos azuis.
O teu nome? Esse não sei. Não lhe soube descodificar as letras. Talvez um dia chegue a saber. O que é certo é que hoje não sei. De facto, não tenho qualquer ideia. Não faço a mínima ideia. E se queres que te diga, não fazer a mínima ideia nunca foi tão bom. Aguça-me os pedaços de curiosidade. Agita-me a alma. Faz-me bem. Muito bem, sublinho.
Quero que saibas que é fácil escrever-te. É fácil pelo simples facto de de ti nada saber.
Há quem possa pensar que não conhecer detalhadamente uma pessoa torna tudo muito mais difícil. Se queres que te diga, é um erro. Um enorme erro pensar tal coisa descabida. Escrevo-te friamente. Com poucos sentimentos à mistura. E com menos sentimentos tudo se torna mais fácil. Tudo se torna mais leve. Bem mais. A sério que sim.
E olha, quero que saibas que fico á tua espera. Por isso volta. Amanhã não. Nem depois. Talvez daqui a uns anos. Talvez nunca. Ainda assim, promete-me que voltas.

2 comentários:

Anónimo disse...

Também amo desconhecidos, amo mesmo. E neste natal sei que queres um loiro, alto com olhos azuis. Que por sinal este desconhecido é loiro com olhos azuis, pode ser que ele apareça. E parabéns mais um grande texto.

Anónimo disse...

Adorei o teu blog !