sexta-feira, 22 de outubro de 2010

78.



Sou de cortar o mal pela raiz. Exacto. Desfaço-me de tudo o que me faça mal. Desfaço-me porque gosto demasiado de mim. Não. Não penses que é por medo, porque não o é. É pelo meu amor próprio, sabes? Esse teima em esculpir-me a alma. Em endurecer-me. E fá-lo de tal maneira bonita. Tarefa difícil essa. Difícil e sempre bem realizada pelo meu carinho por mim. Pelo meu mais que tudo. Corto sempre o mal pela raiz porque não sou capaz de me ver em cacos. Não me sei dessa forma. Não gosto de mim assim, estilhaçada. Por isso nunca alimento pessoas que me destruam. Não. E não gosto nada de gentes que se deixam ficar. Que se deixam destruir. Que se deixam levar pela amargura de quem lhes faz mal. De quem lhes azeda a vida. É que sabes, comigo todos sabem até onde podem ir. Sabem que se sujeitam a um dia de mim nada mais saber. Isso mesmo. Eu? Eu não sou feita de hipocrisias. Não. E achares que estou aqui para ti é um erro. Um enorme erro. Porque para estar sempre, aqui ou ali, do teu lado, teria de me esquecer. De me recolher em mim e me deixar ir por ti. E isso não. Nunca. Não se me magoar. Se prejudicar o meu eu amado. O meu eu predilecto. Porque quer queiramos quer não, para além de nós, mais ninguém vale realmente a pena. É, eu sei. Conclusão feia essa. Espinhosa. Pura e dura. 

4 comentários:

Anónimo disse...

maria, está lindo!

Spotless Mind . disse...

Perfeito.

Anónimo disse...

obrigada maria (: stevie wonder sempre*

Nádia disse...

As tuas ideias fazem-me pensar no que ando a fazer à minha vida...

Fiz um novo blog, agora em português, com frases soltas, devaneios, loucuras...

Aqui está: http://poppywhispersno.blogspot.com/