domingo, 19 de junho de 2011

133.


- Ainda ontem parecias tão feliz.
- E estava. Admirava o jeito como te movias e perdia-me vezes sem conta no compasso da tua respiração. Acho que gostava de te ver dançar, mesmo quando estavas quieta. Estava feliz, Miriam, fazias-me feliz.
- O nosso amor solidificado já não te chega?
- Acho que nos esquecemos que tudo o que um dia congela, um dia derrete.

13 comentários:

Mariana disse...

"Acho que nos esquecemos que tudo o que um dia congela, um dia derrete." Mais um totalmente fantástico

Lipincot Surley disse...

Porque é que ela teve de estar feliz ontem?
Porque reparou ele que ela ontem estava contente?
Porque reparou ele que hoje ela estava absorta nos seus pensamentos?
Uma coisa deverá ser certa, talvez o derretimento seja uma consequência inevitável do calor que existiu?!...

Palmas Maria

nés, disse...

é verdade.

Mafalda disse...

é muito isto, é muito verdade. esquece-mo-nos que as coisas podem mudar de um dia para outro, estamos sempre à espera que não mudem, que nunca mudem, que permaneçam intactas sempre.

Anónimo disse...

Não sei mesmo o que te dizer. Fiquei encantado com isto, mas ao mesmo tempo perturbado.

Anónimo disse...

Porque não me perguntas antes,porquê encantado? Não deveria haver encanto num coração gasto e desmontado.

Anónimo disse...

Não te condeno. A culpa é nossa. Nós é que escolhemos sobrepor o que nos perturba ao encanto. Dá-mos mais força ao mal do que ao bem...

Lipincot Surley disse...

Aposto que se tivéssemos a eternidade iríamos querer substratos efémeros. Descontentação. Não pares de escrever..

Nádia disse...

Terá de ser?

May Pacheco disse...

Oi, tudo que um dia congela um dia derrete. nossa adorei teu texto. estou a seguir-te.

Emmeline disse...

continuo a apaixonar me, cada vez mais por cad vez que venho ca e me surpreendo

Bicho do Mato disse...

Oh, yes.*

Simone Oliveira disse...

é bom voltar atrás no tempo . Observar já com uma certa distancia, aquilo que fomos. Ajuda-nos a ter mais noção de nos proprios.
Maria, eu não sei se este é o teu verdadeiro nome, mas quero que saibas que venho todos os dias a este teu mundo de palavras. Leio, releio, volto a ler, e a ler outra vez...quase que sei de cor de tanto ler. Quero que saibas que as tuas palavras são muitas vezes o meu refugio. Não deixes de escrever, por favor. E a minha opinião é só mais uma no meio de tantas boas opiniões. Mas tinha de a dar. Estou apaixonada pela tua tão especial forma de ver o mundo. Ja não sei viver sem esta visão. Parabéns *