segunda-feira, 23 de setembro de 2013

225.


Trazer capitais e articulações no antebraço.
Há os que esquecem
e os que se retomam no esquecimento; as línguas do mundo são uma mentira.
Onde foste tu, oh inferno, quando te quis para combater a inércia?
Agora fica-te aonde não há rosa dos ventos e
os mapas são só sinais
que na pele de um ex combatente de guerra
dizem coisas sem voz.
Em tempos soube de que matéria é feita a desilusão dos homens
a perda dos homens
os crimes dos homens.
Hoje pouco ou nada conheço desses nordestes da carne
e do coração.

9 comentários:

Anónimo disse...

Porque paraste de escrever? tenho saudade dos teus textos. por favor, não pares.

Maria disse...

A fonte às vezes seca... E as palavras são demasiado senhoras do seu nariz para eu ter sequer coragem de as evocar. Sei, no entanto, que quando a sua vontade for essa, retomarão meus dedos. (Obrigada pela saudade, andar à chuva vai custar menos hoje).

Anónimo disse...

Já vai algum tempo desde que soube de ti mariazinha. Continuo a ver-te lá pela escola, mas este ano pareces tão vazia... não me arrisco a dizer triste, mas pareces tão distante. E aparenta também que te esforças demasiado a tentar não o parecer... estás cansada?
Em que pensas tu guerreira ? O que te faz assim? No ano anterior parecias tão feliz, tinhas tanta luz e, não sei... parecia que andavas de coração leve. O que/Quem te cobria as mãos de leveza? Também o quero, caso seja um guerreiro haha.

Maria disse...

Nós somos da mesma distância das coisas que nos faltam, locke. Se está longe o que nos enche as mãos então estamos nós também, é proporcionalidade directa, não tem como enganar. E eu estou cansada e distante, assim como o dizes. És tu que és bom observador ou sou eu quem não sabe mascarar os chumbos que hoje me habitam?

Anónimo disse...

Talvez ambos, eu uma altura não sabia como "camuflar" as minhas tristezas também, e sempre houve quem notasse mesmo rápido. Não entendo.
Sempre com respostas que nos encantam mariazinha.
Mas enganaste-te, sou uma "she" haha. Lembraste de mim, e da conversa dos chás? Costumava vir aqui, do tempo em que o teu blog tinha música, devias por outra vez. Faz-te perto do que te falta então, ou corrói tu própria os chumbos. É igualmente cansativo ver alguém tão bonito como tu com tanto peso.

Maria disse...

Deixei de acreditar em blogs com música, sabes. As palavras devem ter a liberdade de construir a sua própria melodia. Assim no silêncio qualquer sonata pode ser a sua, os nocturnos do chopin ou erik satie ou outra coisa qualquer que nada tenha a ver com estes dois mas que embalem e enterneçam o leitor. Por isso aqui ouves agora unicamente aquilo que as palavras e as imagens juntas figuram: que pode ser o que quiseres. Sabe a chá, não sabe? A liberdade.
Eu juro que ando a esforçar-me, pequena she. Esforço-me por endireitar o coração e as costas. E esse meu esforço é aquilo que tu julgas como disfarce. Acredita em mim, eu não tento disfarçar coisa alguma. Ou se tento, é de mim mesma. Finjo que reaprendi já os gestos da felicidade e depois cruzo uma qualquer esquina e afinal era tudo uma farsa. Mas obrigada, Outubro chora em menor convulsão porque apareceste.

Anónimo disse...

hmmm chá!
Falas sempre assim com tanta dor? Quase parece que és tu que a crias.

Unknown disse...

concordo com a pequena she, meu pássaro.
Passo por aqui todos os dias e a tua actividade entristece-me. Porque secas? Não deixes, tens muita luz tu. Fico contente por manteres o locke na memória :)

Unknown disse...

A home...
por coincidência ouvi a Carolina eu. Trazem tanto não trazem? É engraçado o modo como se pode anexar qualquer coisa externa a uma música.
"Held on as tightly as you held on to me". Lindo não é?
Obrigado maria... pelas palavras. Lê-las mais uma vez retira-me um pouco desta terra gélida com que tanto me cobri.
Mas olha, tem coragem. Para qualquer coisa, um silêncio, um encosto, um abraço... ajudarei no que puder, com a coragem que não tenho.