quarta-feira, 20 de maio de 2020

266.

tesouradasocialclub:
“louis reith
”



O que está além da minha morte
será uma planta cravada na terra
ou o astro aonde certas crianças vão sorrir.

Vivo-te e amo-te não sem algum atrito
mas este poema não fala disso

não serve à magoa

antes enuncia:

«Sou da tua boca como se sussurrasse um segredo
muito límpido».

Amo-te e vivo-te na ideia sempre pulsante
de um útero que se alimenta em pleno meio-dia;
desses víveres feitos à medida de uma palma da mão
de uma fragata contra o vento.

Amo-te desde longe,
e para longe te levo metido entre meus dentes
por vezes cerrados, por vezes doridos,
outras tantas arrebatados
de te ter beijado uma e outra vez
de te ter beijado eternidade adentro.

Vezes contadas,
Amo-te permanentemente.