O que está além da minha morte
será uma planta cravada na terra
ou o astro aonde certas crianças vão sorrir.
Vivo-te e amo-te não sem algum atrito
mas este poema não fala disso
não serve à magoa
antes enuncia:
«Sou da tua boca como se sussurrasse um segredo
muito límpido».
Amo-te e vivo-te na ideia sempre pulsante
de um útero que se alimenta em pleno meio-dia;
desses víveres feitos à medida de uma palma da mão
de uma fragata contra o vento.
Amo-te desde longe,
e para longe te levo metido entre meus dentes
por vezes cerrados, por vezes doridos,
outras tantas arrebatados
de te ter beijado uma e outra vez
de te ter beijado eternidade adentro.
Vezes contadas,
Amo-te permanentemente.
1 comentário:
<3
Enviar um comentário