É o som da chuva que ainda não caiu que me lembra como a assimetria do mundo pode ser perigosa. Dar valor a coisas literais, que dor é ser-se quando já só há espaço para o esquecimento. Estendidos no jardim, do outro lado de nós, todos os alter egos que nos mentiram. Sonhamos então de pés pousados no chão, que insustentável se torna o mundo quando se sonha de pés pousados no chão. Amaina o temporal do eu que nunca foi, cessa a chuva que encharcou o espírito e, mesmo assim, que desprender monstruoso de nós se sente.
Descobrimos que a efemeridade é uma mentira na inércia das manhãs sonolentas, sem pele nem alma, apenas com as réstias do que poderia ter sido e nunca foi. Impingimos demasiadas margens por não sabermos derreter solidões. O som do que não se é regressa. Perdemo-nos mais um bocadinho.
7 comentários:
não sei, é perfeito
impingimos demasiadas margens por não sabermos derreter solidões... maria que bom
oh, tens de conhecer a maria porque não tem mesmo explicação.
Sentava-me nessa mesinha com vista para a praceta, a ver a chuva cair. Um copo de um bom tinto, e a companhia do som do ranger do soalho, enquanto uma bela rapariga se desfila pela sala.
Beijos com charme #174
Mas eu, encontro te para sempre em pedacinhos de amor. prefiro assim.
Maria,
Que perfeito.
Tenho andado tão rígido, sem conseguir descascar as camadas que devia e deixar plasmar pelos meus dedos o que quero e sinto... Volto aqui e tiras-me sentimento, alivias-me a carga. Eu e o meu coração [literário] agradecemos-te! Que nunca pares. Que te siga sempre :)
um suspiro inesperado que me saiu da alma e que por acaso veio em teu nome. guarda-o, é teu!
http://sometimesibuildwalls.blogspot.pt/2012/04/como-um-fantasma-surges-do-nevoeiro-das.html
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